Escorre uma ironia nos
teus lábios de marfim, desequilíbrio entre
o verdadeiro prémio e a glória que roubas –
fazes-te julgar na posse do que
lamentamos perder, e não tens mais
que um nome vazio – vazio o teu nome.
Não mora ninguém onde exaltas o negro
no teu olhar (não se reflecte nenhum pavor,
ninguém te segue, auto-proclamado e mudo oráculo).
Julgas conter o que anulas. Finges absorver
até o que pelo devir é dissipado em vida maior. Reverbera
em ti apenas o eco do nome. O eco vazio, repetido
à estridência – camada de nada sobre som nenhum.
Jan.20.MMV
(in a geometria da inexistência)
2 comentários:
Estou a acompanhar-te com muita atenção. Muita mesmo.
Beijo :)
Sandra
(http://www.void.weblog.com.pt)
... ou a estética do desprezo.
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