Oxalá o dia não nasça
um dia, e só ameace
espreitar por detrás de
uma manta de sombra.
Quem sabe o que eu
veria nessa velada dança
de um dia coberto de
pó areia cal ou cinza.
Centelhas de imaginário
se cobririam de ouro
ou de pólen, que é ouro
para brincos de mel.
Oxalá o coração pare
num silêncio teatral
num suspiro fingido
de surpresa ou ânsia.
Quem sabe o sabor
do erguido instante
acima do ruído vital
e da alvorada escura.
Um exército onírico
me derrubaria de mim
abaixo, como árvore
pelos ventos do norte.
Oxalá não sinta outro
inferno a nascer-me
atrás de cada instinto
nem dentro dos sons.
Quem sabe o que dirá
o Diabo, assim invocado
sem aviso nem piedade
por este nado-morto.
Palavras impetuosas, as
que bramará por esferas
abaixo, até estrangular
o meu atrevido gemido.
quarta-feira, janeiro 12, 2005
...para agradar ao Diabo: segunda parte - a invocação silente
I
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