quarta-feira, janeiro 26, 2005

limites possíveis da suspensão


fractal: flames


Refulgência apenas quando clarão
não sejas. Perpendicular do mundo tangente
a ti. Deslize biológico na sombra da evolução incerta. Refúgio
das agonias quando não alheias – imaginárias então, para que nasçam
outros, em ti, reflexos sem objecto.
Império de um só nome, território de casas mansas ou asilos. Veneno
incolor. Convite ao absurdo sem nó. Pó triste nos despojos
de um ontem qualquer. Revérbero intenso nas ruelas de solidão em chamas.

(insistência de vida num deserto. teimosia surda de sangue sem leito)


Jan.23.MMV
(in a geometria da inexistência)

4 comentários:

blimunda disse...

fractal. fantástico. posso saquear-te e misturar-me nas tuas palavras?

r.e. disse...

claro, blimunda. este é realmente um fractal impressionante. o desconhecido que estas construções encerram fascinam sempre. quando ao serviço da beleza, magnetizam. beijo. J.

blimunda disse...

resposta: as palavras entre ** no meu post pertencem ao luis, sublinhar.blogspot.com e não ao herberto helder.

r.e. disse...

obrigado pelo esclarecimento. tinha ficado com essa ideia por algo que tinha lido anteriormente, talvez num comentário teu. nada retira ao luis então o mérito da escrita nem, a quem cita, a virtude do enquadramento poético. beijo. J.