Conheci-te algures, numa noite de inverno... não tenho a certeza se não te teria visto antes... já ouvira falar da tua magia ... quem não ouvira?
Percorri cada cidade-fantasma, cada cidade-alma, cada cidade-vida... com o olhar mergulhado na sensação de contactar com Deus, o Belo e não Deus, o Criador.
Cada cidade-nome-de-mulher que crias e descreves existe já no nosso imaginário do futuro, naquela zona que só homens como tu puderam vislumbrar inteiramente, como se se mirassem no nosso espelho redentor, o que os faz libertarem-se da dúvida de estar a alucinar criativamente.
Adorei o contraste da tua fantasia livre com a simetria das tuas formas... lembrei-me de mim, e dos meus medos, das minhas ousadias infantis, das inseguranças presentes... porque a música é apenas uma aproximação grosseira, mesmo que a mais adequada de todas, à zona que as tuas palavras deixam magicamente entrever.
Ler-te é confiar. Confiar em ti é sonhar que se está morto e se pode mesmo assim contemplar a beleza. Acreditar nisso é viver na esperança de te encontrar de novo, Italo, seja em cima das árvores, às cavalitas na Lua, vestido de capa negra a cobrir o lado ausente do teu corpo, em qualquer início de romance inacabado para gáudio da nossa fantasia, em armadura falante e sentimental, ou simplesmente no brilho dos olhos dos afortunados que já te viram como eu.
(2001)
Quero ler-te. de novo. em breve. recordar-me de mim, em ti, perdido...
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