Lembras-te de quando sentiste
pela primeira vez o peso da consciência fratricida? Ocorre-te,
quando acordas, recuperar o perdão? É indolor já
a tenacidade com que despontas do crepúsculo,
indelével talvez? Foi por acaso violentado
o céu, e és filha de um deus que fugiu? Precisavas de aniquilar
o sangue de luz a correr pelas horas?
(Tinhas de ser filha única. Não suportaste a ameaça
da comparação de cores, dos brilhos, das reverberações. Foi-te prometido
um jardim que não há. Não toleras a verdade, mas
não existem deuses deste lado)
Lembras-te, noite, de quando choraste pela primeira vez?
Jan.17.MMV
1 comentário:
Nunca tinha pensado neste realidade desta forma. Nem sequer alguma vez a sonhei. Nunca olhei assim o dia e a noite. Nunca concebi assim o tempo. Nunca pensei assim o que me envolve
Muito bom. Gostei!
Sandra
(http://www.void.weblog.com.pt)
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