domingo, janeiro 23, 2005

agora e na hora

na hora
em que morre
o animal – anónimo (invisível:
absurdo
por não ter do hipócrita
a estima fetichista
da figura do dono titular assassino) –
sucumbe ao peso
dos átomos sobre a vontade
ou à leveza
do corpo sob o vazio escuro

o anonimato da morte
fecha o ciclo da
ignorância
expõe exibe condena denuncia
a distância irracional
das moles de matéria –

indiferença então.



Jan.22.MMV
(in livro xiii)

1 comentário:

Anónimo disse...

Fiquei a pensar noutros momentos da vida (nossa) e nos ciclos que nela se abrem, fecham ou entrecruzam (porque tb pode acontecer).
Fiquei a pensar no lugar da ignorância em todo esse processo, assim como no lugar da menos ignorância em todo esse mesmo processo.
Alvo de reflexão, também, as inversões que de tudo posso fazer num ciclo em que quero, acima de tudo, melhor viver... onde o pior seja arrastado pelos cabelos até gritar de cansado e não mas me incomodar (ou não me incomodar tanto).
Fiquei a pensar... no peso e na leveza de tudo isto. Mas não só...

Beijo,

Sandra
(http://www.void.weblog.com.pt)