quarta-feira, setembro 23, 2015

um

os cavalos correm atrás da morte, levam-me
no seu resfolegar triste, conduzem
a minha sombra para debaixo
das ferraduras, sinto o peso decalcado em U
na minha voz, só eu
o sinto, não eles.

a minha melodia pesante avança
entre mim, os seus relhinchos e a arcada
tensa da morte.

trio de sombras e asas, duas asas e
uma sombra, duas sombras
e uma asa, liberdade
da luz e do vento.

é a morte que persegue
o som das ferraduras, é
o som do ferro na pedra
que me persegue, e não tarda toco
com os lábios a nuca invisível da morte.

segunda-feira, setembro 21, 2015

10.


uma vida em vão
um dragão vpador
uma dor inconsequente
um duende suicida
uma vida em vão
um cão infiel
um papel inútil
um vil inocente
um duende atleta
uma meta andante
uma amante esquecida
uma vida em vão
um concerto silente
um duende gigante
uma paleta incolor
um amigo indiferente
uma morte evitada
uma vida em vão

25.fev.13