sábado, janeiro 08, 2005

as casas morrem

XXII

as casas mantêm
a nobreza de um velho...

ano após chuva
... após roupas estendidas
leite no pátio derramado após desmaio fatal.
as casas morrem

e o seu corpo permanece
sábio
com respeito por tudo
que as não habitou

as casas não vegetam
eternamente imaturas
viajam sim pelo
silêncio inquieto do
vento que as acariciou
e depois as vela
num sopro de luto.

(in Infinitas Impossibilidades, 2002)

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