inunda-me
por momentos
breves
mas sólidos
meteoritos
aflitos
em queda
uma paz
que temo
de que fujo
(um sinal
da presença
de deus
debaixo
da almofada
em que
durmo)
hesito
em acordar
de súbito
pássaro
baleado
p’lo sonho
perverso
de um voo
derradeiro
(imerso
na neblina
do desejo
de que a
quietude
irrompa
em pranto
de novo
numa ânsia
de satanás
um beijo)
22.05.03
(in o mundo e um pouco mais, 2003)
8 comentários:
Que importância têm palavras citadas ao pé das palavras criadas no 'mundo e um pouco mais'?
citar é mais do que ler e devolver. é ler, comparar com uma imagem interna pre-existente, e devolver. nessa comparação nasce algo que não estava lá. e é já criação o que se devolve, citando. Beijo. J.
Citar é ler-mo-nos e partilharmos um outro segredo. Quem sabe se não é o mesmo que sempre lá esteve, ou um outro: "um pouco mais" dele. Ou "um pouco mais" de nós. Quem sabe?. E isso é criar.
Um abraço
Horácio
às vezes apetece tanto essa quietude ;) ...
Muito presente o Medo. A ideia do Medo. Dele em nós e de nós nele. As fugas, os receios, as particularidades inquietadoras. Das coisinhas em miniatura, às coisinhas em volume maior. Coisinhas, mas nem tanto, numa paz por vezes muito frágil.
Beijinho,
Sandra
(http://www.void.weblog.com.pt)
Sempre um enorme prazer ler os excertos dos teus "livros".
Forte Abraço
Belo!
Gostei do teu comentário ao comentário. Nada do que fazemos está isento do que somos. Quando interpretamos algo, fazemo-lo com o nosso olhar (único) influenciado pelas nossas vivências. Daí também as variações de intensidade com que se sente as coisas... E só cada um saberá exactamente aquilo que o levou a comentar, a citar, etc..
Assim como só eu sei o que está por detrás da interpretação do meu olhar sobre o teu comentário, e o que anda à tona nos meus sentidos que me fez parar nele, e comentar. :)
Um beijo,
Lua.
Enviar um comentário