segunda-feira, fevereiro 07, 2005

plúmbeo ego

num suspiro
arcano, demente
desenha-se a solidão

não é leve a certeza
não é rósea a angústia
uma esfera de chumbo
suspensa sobre o juízo

oscila sobre o quotidiano
não se lhe submete
não venera nem condena
não lhe é indiferente
não lhe é, simplesmente
oscila sobre o limiar da vida

não é certa a leveza
não é angustiante o rosa
que o sonho dá a esse outro
em nós, de nós, por nós, sem nós.


Fev.05.MMV

(in livro xiii)

6 comentários:

Unknown disse...

AMEI O TÍTULO!

a vida pendular sobre a vida... não é uma maravilha que se leia um texto e tenhamos sempre uma ideia, senão oposta, pelo menos diversa de TODOS os outros?!

lamento a minha ausência neste fds... estive a actualizar-ma futebolística e cinefilamente ;)

Amélia disse...

e eu AMEI o título e o poema.Beijo

musalia disse...

O difícil quotidiano, a certeza que nunca é rosada embora serena. A angústia, colorimo-la de tonalidades, dependendo do nosso sentir...
beijos.

Anónimo disse...

e porque hoje estou com a política nas veias, "em nós, de nós, por nós, sem nós." portugal sem nós. (marília - livejournal)

Caty disse...

Gostei de visitar o teu blog...interessante e falas com Aparente naturazlidade duas coisas complexas demais, e uma delas para mim obscura e tenebrosa...A Morte! Magoa só de imaginar..Comigo é assim, tenho medo, não sei porque, não sei como, tenho medo apenas.
Beijinhos, Cathy*

r.e. disse...

obrigado :) J.