terça-feira, fevereiro 22, 2005

canção de morte e de vento

Vem...
Abraça-me em ternas ilusões, negra madrugada
Sei que não serás menos minha que de Deus
já que também Deus morreu a teus pés, noite

Sopra-me de angústia
Faz-me tremer a vida em que navego confiante
pois no medo e no lume se encontra a verdade
de nos sabermos sozinhos e por ti amados, escuridão

Arrefece-me ...
deixa-me sucumbir no gelo dos teus beijos
morro por de vento frio me penetrares em hora certa
esperarei por ti em cada verão tranquilo
para te amar em inverno desejado

18.07.01

(in despojos de lume e de medo, 2000-2002)

5 comentários:

Rita disse...

Ah, a embriaguez da morte!

hfm disse...

"para te amar em inverno desejado" - belo!

Amélia disse...

Gostei, Jorge.Um beijo

Anónimo disse...

...de invernos seguidos
frios colados e molhados
da alma corpo e mente
desmente a estação
chegas ... e enfim
é Primavera!

Beijinho
www.lbutterfly.blogs.sapo.pt

Caty disse...

Sinceramente...já havia te dito que a mim a morte assusta-me...Por vezes falo dela..relembro..escrevo..leio muito...leio sem parar, mas... A tristeza cresce, acbo a chorar...acabo com medo de acabar.
É tão bom viver... Mesmo triste, mesmo a se esconder...é tao bom viver.
Beijos Jorge.
Gosto sempre de ler o que passas aqui.