Não se ouvem os passos, só
os vultos parecem cortar o ar em zumbidos
adivinhados. Se de um filme se tratasse
talvez os pudesse fazer voar. Não se lhes sente
o peso sobre as folhas secas. Ouvem-se as folhas
secas. Umas a dançar com as outras. Não se ouvem
morrer as folhas quebradas pelo
peso silente dos vultos. Apenas ciciam
as folhas que dançam.
Fev.18.MMV
(in a geometria da inexistência)
9 comentários:
Que seres são esses que existem, sem existirem?
Há tristeza em tudo isso!
Nunca vi as folhas dançarem sem música...
Há uma branda melancolia nessa dança das folhas, na música das sibilantes, porque tudo no poema cicia, subtil, "silente"... Belo, Jorge!
Um abraço
Como eu gostei desse teu ritmo -melodia lhe chama a Soledade - de dança, amigo!Beijo, bom domingo que acabe alegre.
Uma dança ciciante este belo poema!
Hoje deixo-te entregue ao meu Allah
Beijinho
www.lbutterfly.blogs.sapo.pt
Uma dança que são danças do que é e do que são, num cruzar, combinar, entrelaçar que provavelmente não é. Ou não são. Dimensão. Dimensões.
Beijo,
Sandra
(http://www.void.weblog.com.pt)
não se ouvem os passos? ok. Eu adormeço no silêncio dessa tua dança =))
Atinha
Bom...eu posso não saber que seres são, mas sei que dentro de nós... Antes de dizer, diz-me lá primeiro, há alguma coisa impossível dentro de nós?
Pois...provavelmente as opiniões irão divergir...apesar de na minha todoas devessem convergir para uma resposta apenas...TUDO É POSSÍVEL... Até seres que existem sem existirem, e mesmo folhas que dançam sem qualquer música... Elas são a música... Os seres são as folhas..
E agora? Vais dizer que tudo é mentira?... Sei que não Jorge... Sei que mais que muita gente, no silêncio...há alguém que sente. Tu.
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