é a escuridão de cada beco e
travessa que me impulsiona
me suga para o seu centro
um conhecido desconhecido
vultos de outros pesadelos
são agora companheiros
cúmplices inocentes pela
primeira vez talvez
derrubo o medo e anseio
pelo perigoso frémito
de loucura irracional
de naquele mar navegar
dou dinheiro a quem passa
de olhar feito ameaça
e deleito-me como desistente
na certeza desta incerteza
o futuro é real aqui e agora
que deixa de ser vislumbrado
levianamente para ser apenas
uma luz morta sob a porta
uma madrugada de sol intenso
nos candeeiros urbanos banais
cobre-me a sorte de ilusão
e afasta-se a sorrir a morte
23.05.03
(in o mundo e um pouco mais, 2003)
2 comentários:
Não comento. Retenho-o.
tanto que, intimamente, desejei ter lido "isto" quando foi escrito... certamente, ter-me-ia acalmado, quando precisei..., tal como todas as tuas outras palavras.... Obrigada
Enviar um comentário