VI
Não está tão escuro agora, mas o quarto não me parece o mesmo. Olho em meu redor, a cadeira, a cama... Queria sentir-me sozinho, mas assim...
os lençóis amarrotados mantém-me em contacto comigo mesmo, e quase desato a rir de me observar a dormir há pouco...
Perto da janela penso novamente que se a abrisse nem o eterno me iluminaria; o vazio não é infinito, então... e a consolação que daí advém remonta à ideia de que o meu autor se encontra lá, desse lado imaterial da janela. E não é coragem o que me falta para a abrir.
Talvez me falte dúvida. Talvez até me falte fé, mas quase que ao contrário - não tenho assim tamanha necessidade de olhar nos olhos azuis do fascínio pela angústia, e perguntar-lhe ternamente:
também me amas?
4 comentários:
Às vezes a necessidade de abismo é em nós inexplicavelmente enorme, outra nem tanto...
Se agora fosse esse primeiro tempo, seguramente que faria a pergunta para voltar, logo, logo ao início de "não está tão escuro agora..."
Labirinto.
Jinho.
Começaria por dizer: sem palavras! Mas não, não posso deixar passar em claro o último parágrafo - de cortar a respiração.
"o vazio não é infinito, então... "
por detrás destas palavras todo o encadeado seguinte e as inúmeras possilidades que hão-de surgir.
Um abraço
Quando me agrada sorrio. daí não se vê.
Yes baby. I Love you!
Que mais se pode dizer face a isto. Yes, I love you forever.
Mto bom este texto. Gostei francamente.
Um beijo. Azul.
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