quarta-feira, junho 22, 2005

escolhe-se

escolhe-se
na encruzilhada, o
caminho, tão único
como o preterido e
abandonado

(nem existiu
sequer, esta
miragem das
(in)finitas (im)
possibilidades)


16.04.03
(in a incerta permanência da dúvida, 2003)

6 comentários:

Rita disse...

Às vezes acredito em Deus, outras nem por isso.

Quando acredito, não sei bem que forma tem, nem qual é a sua côr.

Sonho morrer abraçada a um anjo.

As pessoas costumam dizer que por onde passo fica o meu sorriso: chamam-me Rita Felicidade.

Eu não me vejo assim, mas os outros (alguns outros) sim.

Se existe Bem e Mal, então eu não gosto do Mal.

Quando acordo de manhã, gosto de abrir as janelas.

Sonho em voar, sempre em voar.

Gostava de estar no vazio, nua, agarrada à minha filha.

Quando morrer vou saber tudo o que ainda não fiz.

Sigo um caminho, tal como tu, que apesar de único, é só um possível.

Já vi outros caminhos.

Às vezes a sua miragem deixa-me nauseada.

Podia ser outra, podia ser mil.

Mas sou só esta, o que também já é bastante, embora não seja nada.

Beijo.

mjm disse...

"escolhe-se" perante o que nos é dado como possibilidade; é nessa medida que contribuímos para o traçado do 'destino'. Porém, embora exercido o livre-arbítrio, somos apenas um produto da circunstância - da finita circunstância. A miragem está no de lá da possibilidade.

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O comm de rita é outra 'circunstância'. Belo, e angustiante. As últimas quatro frases têm uma força avassaladora.
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Fui feliz aqui. Thks

hfm disse...

Nas dualidades de ti o que mais gosto são as [in]finitas possibilidades.

Anónimo disse...

escolhe [me] de possibilidades !

Beijinho grande
www.lbutterfly.blogs.sapo.pt

musalia disse...

e assim saberíamos que qualquer caminho, é 'o caminho'. basta escolhê-lo...
beijos.

mjm disse...

Revisitando, apeteceu-me deixar-te aqui este:

secura
policiaremos a construção de oásis
só perfilar cachos de tâmaras
abocanhar o sol
e cuspir esculturas de areia
até que a sede se consuma
concêntrica na miragem

nenhum desejo de água encanada
por dentro da terra a língua
encarnada

(3.fev.2005)