quinta-feira, março 09, 2006

xxii

quando a minha alma significava alguma coisa
fosse o mistério que a assolasse, eu não saberia, se o
desejasse, distinguir um de outro signo seu.
branqueado o desejo de regressar à indiferença, hoje, ontem, não sei,
que angústia me prende ao chão, por não saber pedir-lhe
que se revele, e porventura seria desilusão quando agora não
significasse nada.

jan.12.MMVI

6 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

significa o que escreve que escreve com o sangue ....


bjo.

Bernardo Souto disse...

Che bello!

***

"Eis aqui o animal inexistente.
Sem saber, começaram a adorar
o passo, o porte, o dorso e lentamente
até a luz de seu sereno olhar.

Não existia.Mas de o amarem tanto,
Fez-se puro animal.Deram-lhe espaço.
E no espaço,ele,claro,no seu canto
soergueu a cabeça, com cansaço

de ser, não o nutriram com capim,
mas com eterno poder-ser,e assim,
de tal força dotaram o animal

que um uninónio fez-se em sua testa.
Branco,o viu uma virgem,afinal,
e em seu espelho ele existiu e nesta."

(Rilke por Augusto de Campos)

Anónimo disse...

A alma é uma tela imensa e estranha... nao é?
Abracicos!

isabel mendes ferreira disse...

um beijo.....para voar....!

isabel mendes ferreira disse...

deixo-o.............em silêncio!

isabel disse...

Um beijo... perante a tua escrita, não consigo dizer nada, por isso, apenas e só te deicho um beijo amigo