sábado, agosto 13, 2005

eu não sou o sonho

eu não sou o sonho
sou o estímulo

e a sede que fica
a arder na garganta
quando é parca
a nascente e longínquo
o oceano adormecido

eu não sou o deserto
mas a vontade de viajar
no sentido irreversível
dos caminhos

nem tão-pouco o néctar...
sou a própria idade da colheita

e não fosse eu o espírito
seria a arte de o inventar
para quando o sonho
fosse quase nada

15.04.03
(in a incerta permanência da dúvida)

3 comentários:

musalia disse...

ser o estímulo é ser a fonte inesgotável do sonho. viajar percursos irreversíveis, é o que fazemos na vida...

bela a forma, a tua forma de expressão...:)
beijos.

Amélia disse...

Que belo estímulo, amigo.Gostrei de ler, agora que rgressei de férias!Um beijo

hfm disse...

"eu não sou o deserto
mas a vontade de viajar
no sentido irreversível
dos caminhos"

eu destes versos faria um só poema! Belissimo!