domingo, abril 16, 2006

xxxiii

perduram dentro do ventre opaco e doce
memórias líquidas
resquícios permanentes de tempo
de que tempo?
flagrante é o não-sentido
nenhuma verdade se deixa reconhecer ao espelho
de que tempo?
resquícios de um futuro que o presente renuncia
a realidade está prenhe de mim
e deambulo sobre toda a água do mundo
menos sobre aquela que escorre nas sílabas
e nos acordes em suspensão
de que tempo?

fev.06.MMVI

6 comentários:

Rita disse...

Deste tempo agora feito lugar, no exacto momento em que te escrevo estas palavras.

Beijinho.

Rita

isabel mendes ferreira disse...

em si J. o não sentido não faz sentido....sente-se o sentir!



bjo.

hfm disse...

suspenso das tuas sílabas - o tempo!

Anónimo disse...

é bom descobrir alguém que ainda vê o tempo duma forma liquida...

TR disse...

...digamos que é uma das eternas questões, saber o tempo, a que tempo pertencemos, em que tempo vivemos, de que tempo somos ou a que tempo deviamos pertencer... :-)

isabel disse...

Bom dia!

Fiquei presa ao tempo do teu poema. Sinto-o em mim.

Beijo