segunda-feira, dezembro 05, 2005

VI

ou a influência íntima do azul

não há palavras gigantes nem sonhos de nylon
vir é sinónimo de ter sido como um gato o é da melancolia
e todos os felinos sabem cair
senão for a eternidade, outro sabor exibirá o troféu
sobre o gosto e a diagonal dos membros desarticulados
em circunvoluções cerebrais pintadas a acrílico sobre
um fundo negro e denso de ópio em flor

os ramos nus das cigarras despertas pelo
pincel de dali soam a mel, e o sentido das sentenças
é desenhado a sanguina real, como os brasões ilustram
no fogo de cobre hipócrita e snob, qualidades polvilhadas como
farinha amparo sobre aristocratas de flanela e morais de plasticina

dez.05.MMV

3 comentários:

musalia disse...

azul e mel...
interessante, como sempre.
bjs.

hfm disse...

Gostei de ler.

Azul disse...

Talvez as pratas ainda por estrear sejam melhores que as bujigangas que outrora usavas para te esconderes de mim. Não fazem falta as tijelas nem as serpentes de plástico para me inebriares. Estás perdoado pelo pecado de existires. Desiste agora ou cala-te eternamente e escreve mais uma vez o que foi que tu soubeste. Jamais te esquecerei nas telhas do meu imaginário. Um grande beijo para ti. Gosto do texto e não sei porquê, soa-me a alguém desconhecido. lolol Até breve. Azul.