sábado, março 19, 2005

heresias de sal

pela tarde
ardem sem lágrimas
os olhos

deuses da minha melancolia
salgados e tristes
de te ver

mar

29.12.00

(in despojos de lume e de medo, 2000-2002)

6 comentários:

Amélia disse...

Gosto muito deste poema, Jorge.Um beijo por ele e um bom domingo!

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Disfarcei o sal
Caminhando à chuva

(magoei-lhe a alma
mentindo-lhe nua)
Ri do que senti
Chorei do inventei

(apenas um nuvem
sobre o mar

e mergulhei

Anónimo disse...

olá. tenho andado metida com os meus botões, imersa em problemas pessoais e já não venho auqi há algum tempo. o teu comentário fez-me vir cá novamente. este poema tão simples, quase o sinto meu. assino "mar" muitas vezes e roubo-lhe qualidades para mim. gosot muito da tua escrita, por ser como a minha (se é que não te importas com a comparação), com simplicidade mas profundidade. olha, um beijinho e obrigada. gostaria de ter palavras menos dispersas mas hoje não estou muito inspirada. se fosses user do livejournal poderias ler as minhas entradas não públicas, é que coisas mais sérias não estão abertas a público. já convenci muita gente a mudar-se do blogsopt para lá. não queres pensar nessa hipótese também?:) desculpa a invasão. um beijinho * (marília)

soledade disse...

Uma magoada ternura, este poema. Lindo!
Beijo

blimunda disse...

vou, vou cometer a heresia de te roubar este sal... posso? (beijos. sempre. )

musalia disse...

o mar sempre nos faz sentir tanta coisa, afectos, saudade, reflexão...
a mim aquieta-me a angústia.
beijos, Jorge.