/nona
tu, que desenhaste o meu epílogo a tinta da china
sobre uma tela pautada povoada de pausas
tu, que me insinuaste perguntas em tons de resposta
e me fizeste crer na infinita curiosidade
tu, arquitecta dos meus sonhos, poetisa da minha dor,
que me inscreveste no panteão negro dos caídos,
liberta agora o teu lirismo todo
e restabelece a minha ausência
não quero ser mais o personagem
dos teus dramas e tragicomédias
- quero o branco do céu
como cenário vazio
da minha translúcida
presença.
onze: 06, MMVIII
6 comentários:
Assim farei, amigo, ou mandarei fazer.
*
Sem tempo para ler mas com tempo para a Amizade. 1 abraco.
Mata borrão?
as orações que nos doem.
belíssimo. como sempre.
Sofia
Querido jorge, so agora vi que tinhas escrito a nona oraçao,
é linda, translucido o corpo.
Se entrasses na luz com o corpo e
nele respirasses o fresco da aurora, a sua cor lilaz, picasses
a lingua na pata infima da formiga e ai sorrisses, todo aberto ao sol espraiado depois no zénith.
Mais tarde, depois de teres aquecido as maos e refrescado os pés, irias descalço caminhar nas pedras.
Sentir tudo nesse espaço para além do corpo circunscrito, e encontravas entao a serenidade, o teu sorriso.
Prometes?
Beijos,
lidia
passei pra te deixar um beijo.
della
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