/sexta
tu, que verteste o lume sobre as minhas feridas
manto líquido e quente do teu hálito
tu, carpideira silente das noites sem lua
mulher de lágrimas afiadas e agudas
tu, que enuncias a litania do meu lugar vazio
sacerdotisa na língua das pedras
inscreve-me fora do tempo
num tronco de árvore mítico
numa duna sem maré que me apague
inscreve-me em cinza e carvão
num rasto verde de primavera
numa fantasia de inverno sonhado
inscreve-me indelevelmente
numa rua do coração do mundo
num abismo qualquer e vago.
cinco: 04, MMVIII
6 comentários:
Caí neste blog nem eu sei como, pois bem pouca é a experiência destas coisas... Fui apanhado pelo
fascínio desta escrita. Terei de aqui voltar, quando se tiverem esbatido os reflexos da surpresa. Por agora apenas um "link", para me facilitar o regresso...V.O.M.
www.adispersapalavra.blogspot.com
Leio e releio em silêncio, em devoção.
Faltam-me todas as palavras para chegar a ti, foram-se embora, morreram todas, não sei porquê.
Queria dizer-te...
.
.
.
Lamento.
andaria eu numa "rua do coração do mundo", caso a encontrasse.
beijos
della
TU!
.........................
.........................
rendida!!!!!
.
Sin tao amigo jorge,
linda oraçao , no coraçao do mundo a tua voz rendida ao seu querer.
o bater cadenciado, no silêncio do corpo,o sangue a viajar nos rios finos e circulares dos braços todos.
vives nessa rua, do coraçao do mundo, e é com grata emoçao, que te saudo, ainda tonta do caminho percorrido entre Saigao e Paris. um beijinho que suspende e aguarda a tua resposta. até jà, lidia
Enviar um comentário