segunda-feira, março 24, 2008

livro de orações

/quinta



mulher de nunca, senhora, luz
não fantasies sobre a minha morte
renuncia ao ímpeto criativo
não sou teu personagem
não sofro mais por ti
não me vivas mais


mulher de lume, de sempre, lírio
deambula por mim adentro mas
sem o peso do amor, sem a
liberdade da influência, com
o voto de silêncio nos dedos
e a renúncia na voz


mulher colibri, de agora, harmonia
deixa-me perpassar o mundo
num acorde só, numa nota
suspensa nas tuas vogais, no
timbre do teu gemido quando
choras pelos teus filhos


mulher, senhora, do tempo morto
fecha-me os olhos com tua saliva
acre e límpida, num beijo de
mãe sobre um órfão de ti
- aceito a tua morte anterior
ao meu renascimento.



vinte e quatro: 03, MMVIII

9 comentários:

firmina12 disse...

é sempre enternecedor uma palavra sua

Anónimo disse...

Mulher (fonte) de vida ...

hfm disse...

mas haverá...

quanto ao poema o que dizer para evitar repetir-me - uma série de excelência.

isabel mendes ferreira disse...

o voto de silêncio nos dedos
e a renúncia na voz

________________citei.O.




por ser magnifico.!!!!!



beijos J.

firmina12 disse...

ando com a sala vazia

LM,paris disse...

bonjour jorge,
que bom reler esta prece , é para me alargar o dia e respirar o mundo!
Merci, a tua mensagem ontem foi direita ao meu coraçao!
Bem-hajas, é assim que se diz nao é?
Quando estiver em Lisboa, vamos visitar a mae Isaura e ela vai acolher-te com as maos bem abertas, é assim que ela vive.
O teu comentàrio alegrou-me muito, tenho escrito muito, tudo isto é positivo, embora a tristeza pique um pouco, nao ?
Une très bonne journée à toi!
Bises lidia

Anónimo disse...

e assim renascido escreveu o poema que faltava ao mundo *

della-porther disse...

R

meu novo email: dellaporther@gmail.com

beijos

della

Adónis disse...

Vou tentar visitar-te mais aqui, sei que estou em falta.

Perdona-me