há que aprender (com os pássaros) a morrer
e deixar
que a brisa nos consuma
e saber ver
a preto e branco
(sem amar demais a melancolia)
e aceitar a beleza da ilusão construída
17.02.02
(in instantes de perplexa aprendizagem, 2002)
(in instantes de perplexa aprendizagem, 2002)
12 comentários:
É triste ver morrer os pássaros. Aconteceu-me, mais uma vez, neste fim de semana. Mas a vida persistiu. Documentei-o. Gostei do que li, por aqui. Parcas, mas sábias palavras :). Bj.
pues si
las ilusiones son construidas
acorde a las necesidades
son tan importantes !
saludos
*igual no comprendo mucho el idioma pero intento leer...
Muito difícil é fazer isso, J..
Muito difícil...
de um solstício. de uma lua cheia. de um verão
virão os dias mais curtos. mas agora
escrevo-te
que o sol incha em solstício
e a lua
prolonga-se no céu
aqui nas arribas
onde o vento fustiga dois aloés
e eu parada escuto
os gritos curvos das gaivotas. está frio.
por cima das águas eu vejo caminhar
essas horas esborratadas de anil
lilás
e nomes. pescadores lançam linhas
transparentes rotas entre o céu
e o mar e o silêncio que os habita.
cheira a maresia
cheira a monte à beirinha do sal
cheira a um sol que vem
lenta
lentamente acariciar o meu corpo. maravilham-me
estas horas roubadas
este momento em que dizemos
já é dia meu amor
se tivessemos amor a quem devotar
o dia e as horas do dia
a cor inaugura-se limpa
inchada de importância:
cai um só nome e deixa-se ficar
entre mim e as asas curvas das gaivotas
eu sei
hoje o sol esqueceu-se de si
e brilha equivocado
noutro lugar
assim
és tu
assim
sou eu
e a revolução dos corpos
dá-se em permanência:
verão
virão os dias mais curtos. depois.
gostei desta 'secção' de aprendizagem e fiquei tb eu perplexa ao ter aqui encontrado a Bli inflada de verões :)
--
como são bons estes momentos em q aliatoriamente a nossa linha transparente de pescadores de ocasos agarram os peixes gordos das marés da abundância...
(vou roubar-te este comm/poema dela pro meu dixit, q essa menina dá e rouba e, infelizmente, nenhuma editora está atenta tanto como eu às aparições relâmpago dessas palavras trovão)
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[o final desse poema (aceitar a beleza da ilusão construída) pareceu-me ser o revés viciado da aceitação... nenhum pássaro o aceitaria...] ;)
obrigada. J.
Bom dia.
Tão bonito, Jorge!Posso divulgar?
A tua poesia não é uma ilusão construída. Bom reler-te. Um abraço
subscrevo a minha querida amiga HFM
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em tudo.
´Tive saudades deste lugar, desta poesia Um beijo.
Muito, muito interessante. Gostei muito do texto. Voltarei sempre
um abraço
Poucas palavras, muitas verdades.
Parabéns pelo espaço.
Muito criativo.
Vou visitá-lo outras vezes.
beijos
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