I
ontem não choveu
mas nos barrancos e nas encostas
dilataram-se pedras e rios
II
ruíram muros ancestrais
nas vizinhas planuras -
animais em fuga (já mortas as sombras)
III
sem gotas de água
caíram em aromas a pureza e a morte
sobre os limites do verde triste
IV
de longe vi o que pude,
aqui escrevo agora (invento)
o canto amargo do silêncio.
(in prosa perdida, 2002)
6 comentários:
perdidas e encontradas. reinventadas. quero ver se nao o perco para o levar.
Bom dia!!!!
...o canto amargo do silencio! rimas perdidas? a latejar de humanidade...
Bjico!
...quatro notas para dizer tudo. dizendo baixo o que fica perto...
belo.
beijo.
Há nestas rimas perdidas uma música cadenciada com laivos de antanho. Daqueles poemas que perduram.
Um abraço
mas que pulsações sempre tão intensas...
intensa a tua poética.
gostei bastante.
abraços
rubens
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