domingo, maio 28, 2006

16

os corpos cantam
de memória já
a melopeia agreste
da procura fremente
um do outro

noite cheia
se envolvem sem
nostalgia nas mãos
e nos dedos apenas
desejos de travessia

mistura-se no
escuro o escuro dos
teus olhos com o das
roupas sobre o nosso
sono inquieto

retomamos a rota do
sonho interrompido
mas com o sabor
agri-doce da manhã
real que nos rapta

27.05.03
(in um barco de papel para Afrodite, 2003)

2 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

rapto um olhar.....este. limpo. esvoaçante. belo. nunca esquivo.



bjo.____________________O.

Ana Russo disse...

Como sempre, adoro as tuas imagens no flickr. pPor aqui, faltam-me as palavras.... mas lindo !