sábado, abril 02, 2005

indícios de nós

Corpo nome memória
o espaço que as palavras deixam escorrer
por entre as respirações. Talvez
angústiaéotraçodoesboçodenósquenãoconsenteplenitude
se perfile na consciência como um exército contra
o sentido perdido. Memória tempo pulsação
cada vez mais vida a viver-se fora de nós. Todos os sinais
da nossa presença soam a rufos de circo
TRRRrrrrrrrrrrrrrrrrrLadiesAndGentlemenrrrrrrrrrrrr
rrrrrrrrrrrrrrrrParaTodosVósrrrrrrrrrrrrrrr
rrrrrODerradeirorrrrrrrrrrrEstertorRRRRRRRTCHSSSHHhhh...
Pulsação ritmo eternidade

Abr.01.MMV

(in a geometria da inexistência)

5 comentários:

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Corpo, nome, indícios. Memória, mais do indícios, somos mesmo nós. indícios de memória, farrapos de memória, negação de memória, ruído de memória, somos nós.
não?

bjs

Andy More disse...

Indícios de nós... Onde o princípio se esbarra sempre com fim, onde palavras desconexas nos deixam o pensamento relaxar das emoções por simples palavras!

http://babushka.blogs.sapo.pt/

mjm disse...

Esta expressão substantivada
angústiaéotraçodoesboçodenósquenãoconsenteplenitude tem um peso incrível! Mas não ~se definha amarfanhado sob a plenitude.
Essas duas dimensões (o dentro, a desritmo do a viver-se fora de nós), acordam sob os rufos do estertor?
Deixaste-me presa num final fechado.

Se a estas palavras sequenciais se fizesse corresponder uma escrita sonora, que frase musical construiria?

(corpo - nome - memória /
memória - tempo - pulsação /
pulsação - ritmo - eternidade)

[fiquei aqui a desenhar indícios...]

blimunda disse...

sabes, este vou *arrastar*, posso?

r.e. disse...

Tens razão, Diva, quando incluis a própria negação da memória como "nós". "nós" é um espaço demasiado amplo para conceber o vazio de nós em alguma parte.

Obrigado, Friedrich, pela visita. Já espreitei a Babushka, mas tenho de voltar para conhecer o lugar como merece.

MJM, não sei que sons nasceriam das sequências, mas é um facto que não foi ingénuo o sentido musical subliminar que acompanhou a sua ordenação. Depois mostras-me os indícios desenhados.

Ao teu comentário falta apenas a imagem e o som que me faria sentir completamente em tua casa, Sónia. Obrigado pela visita.

Nem precisavas de perguntar, Blimunda. É sempre gratificante ver as nossas palavras adquirirem uma vida independente, inesperada, enriquecida pela relação que passam a estabelecer com as que escreves em seu redor. Depois verei o resultado. (da última vez que perguntaste não respondi, porque já sabias que podias)

Obrigado pela vossa presença fiel, e pelos indícios de vós.