II
Ufano na solidão
em que me defino
sem definhar ao
castigo que clamaste
no momento ímpar
da sóbria separação,
escorro angústia
ao invés de sal
pelas órbitas
insanas, irreais;
mas é contudo
alegria revolta
paz insatisfeita
que se esvai de mim
assim, neste fluir
escuro por que me
tentas a voltar.
Numa ilha sem ti
rodeado de ti só
alcanço o limite
o cume a franja
do sentido da tua
ausência incerta;
e mascaro de fome
o sabor a nada,
e digo sequioso
quando trago
voluptuosamente
afinal o néctar
o sangue esperma
teu e de todos os
corpos que aceitas.
O nome é então
o que resta do verbo
e o som do estertor
é tempestade que
ressoa já na minha
inexistência triunfal;
o poder é o nome
do som inexistente,
a dor do espírito
que não sente já
o peso da tua mão
a afagar-me sem dó.
2 comentários:
Gostei. Mais uma vez. Gostei.
( harmonia??? )
Li, reli, e trili. Nem apelando ao meu hábito de desmontagem me reconciliei com a leitura primeira - doeu, e ainda dói. Enquanto se sente, não se disseca. Prometo que a este nada farei. Ao que senti, interrogar-me-ei sobre o porquê.
Kisses, r.e.
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