terça-feira, março 03, 2009

I


eras o vislumbre do vulto
imenso e antigo
que não iria chegar –

e eras a própria espera;


e eras mais bela nesse lugar
do teu silêncio do que
o tumulto apaixonado
que os pássaros sonhavam
cantar arrebatados quando
sobrevoavam os túmulos
anónimos dos meus amores.

e eras o fulgor dos lumes
crepusculares e pesados,
decalcados a sangue
sobre as infâncias todas
sobre as adolescências todas
sobre todas as vísceras do tempo –

e eras o esplendor desse lugar.


e eras o silêncio cavernoso
do coração inundado de resquícios
irreconhecíveis de amor –
parábola e hino, ao mesmo tempo,
à incessante melancolia sóbria
e líquida, pulsante no pensamento
atroz e voraz de cada êxtase
por esculpir.



03.mar.MMIX

6 comentários:

TCA disse...

voltando?
ainda bem!

Azul disse...

Olá rudolfo, J. Que bom ter-te de volta aqui, que bom e sadio é ler o que tão bem, tão bem escreves. Escreves tão bem, Jorge. Não deixes de o fazer, peço-te! vale a pena ler a tua expressão...

beijo grande. Obrigada pela visita. até breve. Azul.

P.S. Se quiseres,, visita este blog que te deixo, para o qual tenho escrito também. Gostava de ter a tua opinião. Obrigada.

www.bodega-bay.blogspot.com

Madalena disse...

:)

Um beijinho e estou de volta! :) *

Rita disse...

:)


*

Anónimo disse...

Finamente:):)
Ainda bem q voltas-te!

Azul disse...

Voltei de novo, para ler este teu último escrito. Tão belo... tão claro... Obrigada pela escrita que é a tua. Beijo para ti. Até á próxima leitura. Azul