III
virá o azul inundar o leito seco da
tua forma de cristal, será fugaz mas
indelével como vento soprado num conto
lido à lareira; não extinguirá o lume
mas a ideia infernal; não arrastará as
árvores altas - fechará os meus olhos
como brisa sobre a penugem de uma
gaivota recém-nascida, como hálito
inspirado antes do primeiro beijo;
assim o azul verterá sobre o
deserto a tua paixão revivida na
penumbra de um dia sem noite.
virá a memória líquida dos corpos
calibrar o fiel onde todas as sensações se
comparam e reduzem a uma contínua
e subtil repetição de instantes primordiais
- a dor, o desejo, a angústia e o
alívio de todos os parágrafos perfeitos.
vii.11.MMVI
2 comentários:
"Não mais os pés pousam na terra, não mais pesa o corpo nos ares, transporta-o a vertigem
obscura
És tu que me atravessas, tu."
ADA NEGRI
Mak Tub
*
é tão bonita esta imagem q se me agarrou à retina:
"(...) o
alívio de todos os parágrafos perfeitos"
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