quarta-feira, julho 19, 2006

três vultos de angústia


(teatro)

personagens:

o Mestre (também narrador)
uma Lágrima
o Vento
a Palavra (apenas voz amplificada)
o Discípulo

1º ACTO – a ausência

Quadro I

(Com um fundo, aparentemente pintado de fresco, representando abstractamente uma mulher sentada a ler, com o rosto triste, a cena deve estar envolta num ambiente frio e intelectual. O som circundante, caso seja composto para a ocasião, deve acompanhar, no que a música permitir, a sensação de desconforto, mas não deve deixar de enobrecer esse estado. Caso não seja original, sugere-se Coptic Light de Morton Feldman, The Unanswered Question de Charles Ives, Vox Balanae de George Crumb, ou outra obra que realize desta forma a fusão das matérias rarefeitas com a intencionalidade poética.)

Cena 1

o Vento, vestido de azul, sem gravata, obviamente, proclama como se recitasse de cor poemas de juventude:

- Irmãos do Norte, tragam
Brisas frescas e brilhantes
Vontades de saber constantes
Que nem os tempos ...

indignado pela introdução inoportuna, o Mestre interrompe bruscamente a récita, gritando desde lá do fundo:

- Alto! Isto ainda não começou! Isto ainda não podia ter começado. E a ter começado, que forma ridícula de começar ...

O Vento, surpreendido mas rapidamente recomposto, ...

5 comentários:

Rosario Andrade disse...

Bom dia!!!!!
Eu diria: excelente comeco! Aguardo o resto ansiosamente!
Bjico

isabel mendes ferreira disse...

uma tecla....mil actos.



saudade.


até breve.


bjo.

Rita disse...

Olá J.!

Que bom voltar aqui...

Oiçamos, então, o que o vento tem para nos dizer...

Beijinho.

hfm disse...

Fiquei "apanhada" e ansiosamente espero que as páginas seguintes apareçam. Um abraço

Frederico Navarro disse...

Realmente era só o que te faltava: teatro. Continua pois vou coleccionar todos estes posts desta peça como se de fascículos se tratassem!