I
Era de noite mais noite que o universo imerso em
ti, como o orvalho luminoso no fulcro de prazer
de um trevo, no seio de quatro folhas corações de
fortuna, feitiço, luar imerso em ti, mais luar que
o brilho da paixão entre a coruja e a noite de quatro
madrugadas imersas no teu seio.
E depois continuou a névoa de tempo com o sol
submerso em mim, noite mais noite que a tua
morte.
Por entre os ramos invisíveis dos bosques por
desbravar sem coragem nem desejo, emerges sólida
como uma recordação que julgava presa no olvido
de tenazes ardentes, emerges mais sólida que o templo
de visões místicas que o tempo destruiu na minha
crença de papel, emerges sólida como a água bravia
da chuva mais chuva que a tempestade em mim quando
não és tempo nem azul nem ausência.
03.vii.MMVI
9 comentários:
Conseguiste deixar-me presa ao écran... (como, aliás, já tinha acontecido antes diversas vezes, mas não assim...).
Por agora, só te consigo dizer que estou ansiosa para ler os outros "andamentos"... :)
Um beijinho grande*
é de madrugada que te leio.
em andamento puro de te acontecer.
fascinada.
rendida.
beijos.
E como o meu coração bate forte!*
Gostei muito... logo desde a primeira vez que li.Não sei se é do ambiente...sol...lua...chuva...infinito, a intimidade. Obrigada por em proporcionares, sempre aqui venho, um momento de bela e fugaz poesia.
beijo....e andei a roubar as tuas fotos. belíssimas....sensíveis...
Lindo!
Um beijinho.
:)
eu é que te agradeço......
tudo!
beijo Jorge.
Tão criativas as composições de suas palavras. Quase que se justapõem quando escreve.
Emerges sólida e fria entre a noite e o amanhecer, entre a insónia e a vigília, rasgando a madrugada de papel onde pintei o esboço de quem julgava ser.
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