quarta-feira, setembro 21, 2005

IX

Lisboa parada à espera...
à minha espera, como
uma mãe que se tivesse
esquecido de um berço
num hipermercado e só
agora, trinta anos idos,
lembrasse os parabéns
que não me deu.

caminhos conhecidos
que hoje me confundem
e que fizeram o rol
dos mistérios com que
cresci...

Lisboa à espera do sol...
ninfa inquieta deitada
na relva, de dorso nu
à beira de um rio,
diferente do de lágrimas
que a tristeza faz agora
desaguar rosto abaixo
por razão nenhuma

23.05.03
(in o mundo e um pouco mais, 2003)

3 comentários:

Anónimo disse...

Belo poema. Destaco

"diferente do de lágrimas
que a tristeza faz agora
desaguar rosto abaixo
por razão nenhuma"

simplesmente belo
Jorge Vicente

hfm disse...

Coincidências. Ia agora mesmo colocar aqui o extrato que o Jorge Vicente colocou. Apenas um destaque deste belo poema.

Amélia disse...

Vim só dizer que gosto de te visitar,Jorge.Um beijo e boa poesia e boa música no fim de semana.
Oiço neste momento um disco fabuloso- m+usica feira para a peça As Troianas de Eurípedes -ECM Records.Música de Eleni Karaindrou (cantado em grego -mas co a peça á mão vai-se lá...)