/oitava
senhora do sal, do marmóreo ventre, das rugas aveludadas
senhora das pedras graníticas sob o musgo espiritual
senhora do grave acorde do vento entre as ruínas, escombros meus
senhora do abismo, vertigem quente, arriba sem fim
vem ao encontro dos meus olhos cerrados
vem para as minhas mãos fechadas
vem rasgar-me a noite no peito
vem abrir ao meio o medo
grito com o corpo todo
estanque
vinte e um: 04, MMVIII
terça-feira, abril 22, 2008
domingo, abril 13, 2008
livro de orações
/sétima
voz de cascata vermelha e dura
entoa devagar o hino desse jardim
onde o meu olhar morto perpetua
o perscrutínio da vontade
timbre azedo e cremoso e branco
deposita no silêncio uma consonância
que se abra em flor busto vento e
ilumine o dia lilás antigo
confio no som, no nosso som,
no teu imponderável canto
sobre a minha terra ferida.
voz de cascata vermelha e dura
entoa devagar o hino desse jardim
onde o meu olhar morto perpetua
o perscrutínio da vontade
timbre azedo e cremoso e branco
deposita no silêncio uma consonância
que se abra em flor busto vento e
ilumine o dia lilás antigo
confio no som, no nosso som,
no teu imponderável canto
sobre a minha terra ferida.
doze: 04, MMVIII
sábado, abril 05, 2008
livro de orações
/sexta
tu, que verteste o lume sobre as minhas feridas
manto líquido e quente do teu hálito
tu, carpideira silente das noites sem lua
mulher de lágrimas afiadas e agudas
tu, que enuncias a litania do meu lugar vazio
sacerdotisa na língua das pedras
inscreve-me fora do tempo
num tronco de árvore mítico
numa duna sem maré que me apague
inscreve-me em cinza e carvão
num rasto verde de primavera
numa fantasia de inverno sonhado
inscreve-me indelevelmente
numa rua do coração do mundo
num abismo qualquer e vago.
cinco: 04, MMVIII
tu, que verteste o lume sobre as minhas feridas
manto líquido e quente do teu hálito
tu, carpideira silente das noites sem lua
mulher de lágrimas afiadas e agudas
tu, que enuncias a litania do meu lugar vazio
sacerdotisa na língua das pedras
inscreve-me fora do tempo
num tronco de árvore mítico
numa duna sem maré que me apague
inscreve-me em cinza e carvão
num rasto verde de primavera
numa fantasia de inverno sonhado
inscreve-me indelevelmente
numa rua do coração do mundo
num abismo qualquer e vago.
cinco: 04, MMVIII