V
será dia e o vento
fechará o céu à
chave - não mais
deixará o sol o mundo
neste torpor insano.
sábado, janeiro 27, 2007
quinta-feira, janeiro 18, 2007
domingo, janeiro 14, 2007
2º andamento
III
repicam a dobrar
por ninguém (sim, ninguém
transpôs o belo),
mas a tristeza ecoa
de reverberação em reverberação
repicam a dobrar
por ninguém (sim, ninguém
transpôs o belo),
mas a tristeza ecoa
de reverberação em reverberação
segunda-feira, janeiro 08, 2007
#17
por exemplo, o frio perguntava as horas e o coração não sabia o tempo, discurso cego e incontornável, por exemplo, o saber que não se sabe o tempo, pensava o coração, é a brecha por onde espreita outro pulsar, outro ritmo. por exemplo, o reflexo demorava-se e a forma ficava oca de exterior, absurdo já antigo, ser-se órfão do mundo. não! não tão poético – ser oco de exterior, estar sempre com o avesso de fora, não saber onde existirá alguma coisa, por exemplo, ou de que lado virá o sol amanhã. ah! amanhã e é já um vislumbre de intuição do frio ao perguntar as horas, lágrimas do tempo derramadas em vão. por exemplo, uma casa vazia, de tudo, de janela a janela só o sol que ali vive por minutos, como uma explosão que se extingue em silêncio, uma casa vazia de sentido. porquê uma casa então? gruta, ou nem tanto, memória tridimensional, por exemplo, ilha em negativo onde o mar ecoa com timbre pobre e seco. à noite as paredes perguntam ao frio quando é que o mundo volta, e o frio vem ter comigo, por exemplo, confiante na minha ignorância.
xii. 13.MMVI
xii. 13.MMVI