/segunda
sob o luar negro da tua
ausência choro em uníssono
com as corujas de olhar
em êxtase, quase místicas
sobre as pedras molhadas
de orvalho e frias pela
ausência demorada do sol
deambulo descalço e lento
como água que se cristaliza
sem quebrar a corrente -
lágrimas que secam pelo
teu rosto esfíngico abaixo
deambulo para ti à escuta
do restolhar que os teus
braços provocam nas nuvens
que te acolhem a alvura sombria
deambulo para ti alerta
ao vento que foge do escuro
e te anuncia em silêncio branco.
treze: 03, MMX