/nona
tu, que desenhaste o meu epílogo a tinta da china
sobre uma tela pautada povoada de pausas
tu, que me insinuaste perguntas em tons de resposta
e me fizeste crer na infinita curiosidade
tu, arquitecta dos meus sonhos, poetisa da minha dor,
que me inscreveste no panteão negro dos caídos,
liberta agora o teu lirismo todo
e restabelece a minha ausência
não quero ser mais o personagem
dos teus dramas e tragicomédias
- quero o branco do céu
como cenário vazio
da minha translúcida
presença.
onze: 06, MMVIII