domingo, fevereiro 13, 2005

olhar

As coisas entram no campo de visão, cada vez mais
elitista, estupidamente - como um crítico musical limitado, um acrobata
cego. As coisas tentam habitar o olhar e
são expulsas pelo não reconhecimento do poder
dessa habit(u)ação silenciosa. Ficam outras. Outras ainda,
passam e regressam como filme rebobinado –
memória, afinal. As coisas desistem. Entram noutro
olhar. Voltam as costas à insensibilidade. A arte insiste.

Não haverá mais coisas um dia.

... ecoa pausadamente, tom circunspecto, o solilóquio das obras-primas.

Fev.12.MMV
(in a geometria da inexistência)

5 comentários:

Amélia disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Amélia disse...

Bom dia, Jorge!
Gostei de o ler assim, tão cedinho(acordei muito cedo)...Beijo amigo

r.e. disse...

Bom dia, Amélia. :)

blimunda disse...

que coisa andarmos às voltas sempre das mesmas coisas com as mesmas coisas...
beijinho jorge.

mjm disse...

As coisas sem culpa das coisas que podem habit(u)ar o olhar e as outras que não...